PRODUÇÃO DE COAGULANTE A BASE DE TANINO DE Acacia mearnsii E POTENCIAIS USOS NO SETOR INDUSTRIAL E NO TRATAMENTO DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO: A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA

Resumen

Ao sul do Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul, há um intenso cultivo de Acacia mearnsii destinada à geração de energia e extração dos taninos destinados ao curtimento de peles e produção de coagulantes orgânicos. Os coagulantes orgânicos são produtos alternativos aos coagulantes que empregam sais de alumínio e ferro comumente utilizados nas Estações de Tratamento de água e de efluentes. Mesmo sendo economicamente mais barato, os coagulantes inorgânicos possuem o inconveniente de gerar lodos com elevadas quantidades de metais, devendo receber tratamento e destinação final adequados. A busca por alternativas economicamente viáveis, sustentáveis e naturais incentivou a escrita deste artigo. Este apresenta uma revisão sobre a produção do coagulante orgânico a base de tanino extraído da casca da Acacia mearnsii, o cultivo desta espécie, a síntese do coagulante a partir da extração e, finalmente a sua utilização em tratamento de efluentes industriais e em tratamento de água para consumo humano, apresentando a experiência brasileira de sua utilização em planta de água, com o intuito de minimizar os Impactos Ambientais no momento do descarte e também, no cumprimento de legislação vigente. Participando na prática de sua utilização pode-se concluir que, o coagulante a base de tanino é eficaz, aplicável e, em uma abordagem integral, competitivo em termos de custo, tendo como a principal vantagem a remoção do alumínio do processo de tratamento de água de abastecimento público e a eliminação do manejo de lodos metálicos, complexos em sua desidratação e onerosos em sua destinação final. A substituição por coagulantes orgânicos oferece lodos isentos de metais, capazes de serem utilizados como substratos para adubos orgânicos e, mais atualmente como fonte alternativa de energia através da combustão após desidratação.