ANÁLISE SITUACIONAL DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS DOS DOMICÍLIOS DAS FAMÍLIAS QUILOMBOLAS REGISTRADAS NO CADÚNICO, 2016
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Resumen
O presente estudo teve como objetivo desenvolver uma análise situacional das condições sanitárias dos domicílios das famílias quilombolas registradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Utilizou-se o banco de dados sobre famílias do CadÚnico, referente ao ano de 2016, disponibilizado pelo então Ministério do Desenvolvimento Social, hoje Ministério da Cidadania. Foram realizadas análises estatísticas descritivas de cinco variáveis relativas a questões referentes ao saneamento básico e uma variável socioeconômica. Os resultados demonstram que a principal forma de abastecimento de água das famílias quilombolas ocorre através de poços ou nascentes (45.29%); ainda há uma grande porção de residências que não possuem água canalizada (44.99%), banheiro ou sanitário (28.64%), e destino adequado das excretas e esgotos domésticos (7.85% dispõem esgoto a céu aberto e 60,18% utilizam fossa rudimentar); e o serviço de coleta de resíduos domiciliares é inexistente em 70.58% das residências, sendo que a maior parte dos residentes queima ou enterra o lixo no solo. Observou-se que uma grande parcela das famílias vivia em situação de extrema pobreza (71.82%). Comparando os resultados por localização (urbano ou rural) observa-se que existe uma nítida assimetria de acesso aos serviços de saneamento básico, sendo o melhor nas localidades urbanas. As famílias residentes nas regiões Norte e Nordeste são aquelas que convivem com as piores condições de saneamento, devendo ser priorizadas como foco de intervenções. Assim, o presente trabalho indica que apesar das políticas públicas e dos programas governamentais, grande parte das famílias quilombolas ainda convive com condições sanitárias inadequadas.