Estudo comparativo de metodologias de cobrança dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos urbanos para fins de orientação municipal

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Rafaella de Moura Medeiros
Ana Luiza Araújo Medeiros
Aline Carolina da Silva
Maria Josicleide Felipe Guedes

Resumen

A sustentabilidade econômico-financeira do manejo dos resíduos sólidos urbanos é um dos diversos impasses e desafios do setor, a qual - embora seja prevista pela legislação brasileira - não recebe a atenção devida pelos gestores. Com o objetivo de orientar os municípios para o alcance da implementação da cobrança para gestão dos resíduos municipais, por meio de taxa ou de tarifa, com vistas à autossuficiência financeira das Prefeituras Municipais, este estudo analisou diferentes modelos de cobrança existentes até o ano de 2022, na esfera do poder público federal brasileiro. Para tanto, foi realizado levantamento bibliográfico e análise de 5 (cinco) modelos de cobrança existentes, sob a ótica dos parâmetros aplicabilidade, vantagens e desvantagens; sendo 3 (três) modelos propostos pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e 2 (dois) modelos propostos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR)/Cooperação para a proteção do clima na gestão dos resíduos sólidos urbanos (ProteGEEr). Os resultados apontaram que o modelo de cobrança a ser estabelecido pelo município pode variar, no decorrer dos anos, de acordo com o avanço da gestão e do gerenciamento dos resíduos sólidos e das informações a estes atreladas. Além disso, os municípios devem promover a redução da geração de resíduos, com o cumprimento dos instrumentos da coleta seletiva e da logística reversa, para que não haja oneração dos gastos públicos e insustentabilidade econômico-financeira.

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Cómo citar
[1]
Medeiros, R. de M., Medeiros, A.L.A. , da Silva, A.C. y Guedes, M.J.F. 2024. Estudo comparativo de metodologias de cobrança dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos urbanos para fins de orientação municipal . Revista AIDIS de ingeniería y ciencias ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. 17, 1 (abr. 2024), 136–155. DOI:https://doi.org/10.22201/iingen.0718378xe.2024.17.1.84533.

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