UTILIZAÇÃO DA PIRÓLISE COMO TRATAMENTO DOS RESÍDUOS TÊXTEIS DE FIBRAS NATURAL E ARTIFICIAL RESULTANTE DO CORTE NA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO
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Resumo
A fabricação têxtil é uma das mais antigas tecnologias utilizadas pelo homem. O Brasil configura como um dos maiores produtores mundiais do setor têxtil, sendo ainda um importante produtor de fibra de algodão, produzindo em média 9 bilhões de peças por ano. Uma alternativa para evitar a destinação inadequada é a reciclagem. Assim, esta pesquisa investigou a viabilidade tecnológica para a conversão de resíduos têxteis, compostos por fibras de algodão, viscose e linho através do processo pirolítico. A pirólise foi conduzida em reator cilíndrico sem fluxo de gás, nas temperaturas de 500 e 700°C e tempos de 30 e 60 minutos. Os resultados revelaram que, dentre os 137 tipos de composição têxtil distribuídas em 801 tipos de tecidos com gramatura, cor ou trama diferentes, os tecidos A (100%Algodão) e VLA (65%Viscose, 21%Linho, 14%Algodão) foram os escolhidos para esta pesquisa. Os resultados da biomassa e dos subprodutos gerados, revelaram características para utilização na indústria química e de energia, pois o poder calorífico superior foi de 2.214 Kcal/Kg, em função do baixo teor de umidade e cinzas, alto teor de material volátil, baixa densidade e alto teor de C e H encontrados nos resíduos têxteis A (47.64%) e VLA (44.91%). O material têxtil sólido foi comparado ao carvão betuminoso nos teores de C, N e H e teor de TOC. Portanto, é possível concluir que os resíduos têxteis A e VLA apresentaram características físico-químicas favoráveis não só a produção de energia, mas também para uso em outros setores industriais.