AÇÃO DE FUNGOS NA REMOÇÃO DE METAIS DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS E COMPARTIMENTOS AMBIENTAIS: UMA REVISÃO

Conteúdo do artigo principal

Nathália Araújo Magalhães
Milena Kelly Justino Vieira
Glória Marinho
Kelly Rodrigues

Resumo

Os efluentes ricos em metais são muito comuns e geram grande preocupação, pois, embora estes elementos sejam encontrados facilmente na natureza, eles encontram-se em concentrações muito pequenas. Assim, a partir das ações antrópicas, os metais acabam sendo dispostos em ambientes onde não seriam facialmente encontrados e em concentrações elevadas, de modo que é necessário que esses poluentes sejam tratados de forma adequada e sustentável. Existem diversos métodos para remoção de metais, sendo eles químicos, físicos e biológicos. A adsorção de metais é um dos métodos de tratamento mais utilizados para remoção de metais do meio líquido devido a sua simplicidade, facilidade de operação e bom custo-benefício, principalmente se o adsorvente utilizado for abundante. O processo de adsorção, quando utiliza um adsorvente biológico, é chamado de biossorção/bioacumulação, que, além das vantagens já citadas, amplia as possibilidades com o uso de resíduos orgânicos, organismos vivos ou mortos ou outro material de baixo custo. O objetivo da presente revisão é realizar um levantamento a respeito da remoção de metais por biossorção e bioacumulação. Os processos conhecidos como biossorção e bioacumulação ganharam muito destaque nas últimas duas décadas devido a bons resultados de remoção e recuperação dos íons metálicos. Atualmente, são utilizados diversos tipos de biossorventes, como resíduos orgânicos provenientes dos segmentos industriais, justamente por ser um setor que produz resíduo em abundância. Além dos resíduos, plantas e micro-organismos também são bastante empregados nos processos de remoção de metais. A biomassa fúngica, viva ou morta, tem um papel muito importante nesse processo de tratamento. Por possuírem uma ótima capacidade de adsorção dos metais em meio aquoso e, quando se trata de biomassa viva, pode ser levada em consideração a sua versatilidade e capacidade de resistir e se adaptar a diferentes concentrações de metais. Adicionalmente, o metabolismo no processo de bioacumulação pode ser uma ferramenta a mais no processo de tratamento. Os gêneros Aspergillus e Penicillium são uns dos mais empregados para remoção de diversos metais isolados ou em coquetéis, tendo eficiências de remoção que, segundo os trabalhos observados, puderam variar entre 28 a 99%. Neste sentido, é importante o estudo e seleção de cepas fúngicas capazes de promover a remoção de diversos metais em diferentes concentrações, com a intenção de reduzir os impactos causados por efluentes contaminados com metais.

Detalhes do artigo

Como Citar
[1]
Magalhães, N.A., Vieira, M.K.J., Marinho, G. e Rodrigues, K. 2023. AÇÃO DE FUNGOS NA REMOÇÃO DE METAIS DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS E COMPARTIMENTOS AMBIENTAIS: UMA REVISÃO. Revista AIDIS de ingeniería y ciencias ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. 16, 1 (abr. 2023), 361–385. DOI:https://doi.org/10.22201/iingen.0718378xe.2023.16.1.82387.