A investigação da pobreza, a Ciência Social Emancipatória e o pensamento crítico.

Resumo

O artigo apresenta a necessidade de criticar as posições oficiais e reducionistas de medição da pobreza e desenvolver métodos multidimensionais abrangentes, críticos e moralmente fundamentados. Considera-se à investigação crítica da pobreza como um dos pilares de um campo mais amplo da Investigação Crítica, retomando a base metodológica de Erik Olin Wright (EOW) para a construção de uma Ciência Social Emancipatória (CSE), e propõe-se um posterior desenvolvimento coletivo que retome as abordagens das escolas de Budapeste, Frankfurt e do marxismo analítico, mas especialmente do paradigma da produção de Marx desenvolvido por Márkus e a teoria da transformação marxista. Reflito sobre a relação entre medição e emancipação. Tento mostrar que a transformação e a auto-realização humanas podem aumentar a sua viabilidade através do desenvolvimento de um pensamento crítico que, como um dos seus eixos no âmbito das ciências sociais, leve a sério o problema da medição da pobreza e da desigualdade –em um sentido amplo– para facilitar pensar em soluções que nos aproximem ao florescimento humano. O artigo pode ser visto como uma introdução geral, teórica, à uma conceição crítica para para a investigação empírica da pobreza através de métodos como o MMIP.